Samuel e a Magia dos Olhos do Coração
Samuel adorava o Bosque Encantado. Cada manhã, seus olhos curiosos brilhavam mais que as gotas de orvalho nas teias de aranha gigantes. O caminho da floresta serpenteava como uma risada, e o ar cheirava a torta de lama com canela. Ele adorava tocar os cogumelos gigantes que balançavam, e conversar com os esquilos tagarelas que lhe contavam segredos da floresta. Samuel amava experimentar coisas novas, e cada dia era uma nova aventura.
Um dia, enquanto Samuel ouvia um riacho cantar, a Professora Coruja, com seus óculos na ponta do nariz e um ar solene, anunciou: "Atenção, criaturas do Bosque! Abriremos a 'Classe de Imagem Mágica'! Com lentes especiais, vocês verão o mundo como nunca antes!". Samuel sentiu seu coração disparar. Uma nova coisa para experimentar? Ele levantou a mão tão rápido que quase voou!
Na aula, Samuel pegou uma lente prateada e a apontou para uma Árvore Canto. "Click-clack!", fez a lente. Mas em vez das folhas que dançavam e brilhavam, a lente mostrou apenas galhos marrons e folhas verdes comuns. "Cadê a magia?", ele sussurrou, confuso. Ele tentou outra lente, dourada, e depois uma azul. "Click-clack, nada de magia!", ele repetia, sentindo uma pontinha de frustração. As lentes mostravam apenas o que já estava lá, de um jeito sem brilho.
A Professora Coruja, percebendo a desilusão de Samuel, voou até ele. "Querido Samuel", ela disse suavemente, "as lentes são apenas ferramentas. A verdadeira magia está em como você *sente* e *expressa* o mundo. Não é o que você vê, mas o que você *sente* que importa." Samuel olhou para a Árvore Canto, sentiu sua melodia vibrar e seus galhos o convidarem. Ele largou as lentes, pegou um pincel mágico e tintas que brilhavam, e começou a pintar o que *sentia*.
Quando Samuel terminou, a Árvore Canto em sua pintura parecia cantar de verdade! Suas folhas eram um arco-íris de cores, seus galhos dançavam, e pequenas notas musicais flutuavam ao redor. Os esquilos tagarelas aplaudiram, e até a Professora Coruja sorriu, orgulhosa. Samuel aprendeu que a magia de ver o mundo não estava só nas lentes, mas em seu coração e em sua imaginação. Ele continuou a explorar o Bosque Encantado, mas agora, com os olhos de um verdadeiro artista, sempre buscando novas formas de expressar a beleza que sentia.
